terça-feira, 23 de outubro de 2012

Mãos Dadas

Mãos dadas

Aguardaria décadas tranquilo,
Se me dessem a certeza do destino,
De que, algum dia, seguraria sua mão,
Alinhando as linhas sem direção,
De passados e futuros em comunhão.

Entrelaçando os riscos infinitos,
Contidos na palma em descrito,
Conectando caminhos percorridos,
previsões de uma vida em trilhos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mérito Suprimido

Mão Escrevendo

Se me inspiras, a honra é sua
De dar margens de sombra a luz,
E desenhas nas areias de uma baia,
As marcas de uma maré que sobe e abaixa.

És tu, quem da asas ao lápis,
Que se debate para conquistar a liberdade,
De se expressar, de fugir para sua dona,
Que o libertou de sua vida morna,
Dando lhe sentido, motivos para esquecer,
Sua origem, de onde saiu a matéria para ele nascer.

domingo, 21 de outubro de 2012

Violão, sem noção

Ser normal pra quê?

No intuito de incentivar aqueles que estão se matando aprendendo a tocar violão, mostro a vocês o que estes infelizes mestres do violão, que não se contentam em tocar normalmente, fizeram.

Preparem-se para serem humilhados impressionados por estas feras, com dedos de aço e muita falta do que fazer criatividade, que não se contentaram em ser mais um, pra ser mais dois. 

Eis aqui, o que chamam de "Airtap"

sábado, 20 de outubro de 2012

Desenterrando Traumas

Diário Ex-tímido: Série de artigos relacionados ao tema timidez.

Fóssil

O Fóssil

Um segundo, uma imagem, um momento, um susto extremo, é suficiente para criar uma marca que pode durar a vida inteira. Um sofrimento constante, a dor dilacerante, uma experiência negativa vivida dezenas de vezes, alimenta o medo, antes pequeno, transformando-o em um problema imenso. Um passado guardado, misterioso, horroroso, que mau compreendido, aceito, contamina a vida do seu portador. Deixando a pessoa nervosa, assustada e medrosa quando se encontra, novamente, com suas lembranças.
Trauma.

Existem medos sem uma razão aparente, que não possuem motivos para existir. Entretanto, na maior parte, o medo é lógico. Trata-se de uma série de argumentos momentâneos e/ou consistentes. O que isso quer dizer? Significa que as pessoas sentem medo devido a um pensamento, a uma ideia. Por exemplo, o medo de altura.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Jogo Da Timidez

Diário Ex-tímido: Série de artigos relacionados ao tema timidez.

Jogo da Vida

Uma plataforma chamada: vida.

Se você já aproveitou seu tempo para jogar um jogo de RPG, conhece como o sistema funciona: para subir de level – nível -, é necessário EXP(Experiência). Sabe que para descobrir quests(Missões, provas, testes, desafios…) precisamos conversar com os personagens, desenvolvendo e revelando a história, adquirindo pontuações, poderes, acessórios, dinheiro. Tudo isso, para ganhar mais EXP e tornar o “boneco que você controla” mais forte para as próximas aventuras. Mais preparado.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Primeiros Passos

Diário Ex-tímido: Série de artigos relacionados ao tema timidez.

Primeiros Passos

"Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses." – Sócrates

Você já se perguntou “Quem sou eu?”. Certamente, essa é uma questão que poucos conseguem responder, sem utilizar frases clichês. Por mais que tentemos nos definir, é inútil tentar agrupar tudo que pensamos e sentimos, tudo que somos, em míseras palavras. Pior do que se definir, é acreditar totalmente no que diz, sem dar margens a erros. Afinal, quantas vezes você já fez algo que disse que nunca iria fazer? Quantas vezes prometeu e não cumpriu? Quantas vezes se desafiou e o medo foi mais forte? Ou, quantas vezes o terror, que você considerava ter, era minúsculo diante de tal situação?

domingo, 14 de outubro de 2012

Poção de Encantamento

Continuação de : Beijo-Escondido

Poção

Voltei, finalmente, do precipício. Do seu precipício.
De ternura, de adjetivos que não me lembro,
E o que faço é simplesmente repeti-los.
Almejando que cada um deles que encontre,
Os veja pela primeira vez, em anos.

Da primeira vez, daquilo que nunca esquecemos.

Queres saber como sai daquele encanto?
Entregando-me por completo aquele canto.
De quem ou o que era, não sei. Não estava lá.
Me recordo um perfume, talvez.
Uma voz meio rouca, serena, coberta.
Um toque, um contato: elétricos.
Não me pertencia mais, não era mais eu.

De tão leve fiquei, comecei a subir.
Levitei, boiei - flutuei.

sábado, 13 de outubro de 2012

Beijo-Escondido


Onde estão? Os pensamentos que já se foram,
Correram, subiram e deslizaram no dourado,
Dos volumosos e desconcertantes fios,
De beleza, de doçura que jamais existiu.

Onde estão? Os pensamentos que já se foram,
Cansaram de procurar explicação no que viu,
Se entregaram sem relutância, que crianças!
Perderam-se no caminho de seus cílios.

Onde estão? Os pensamentos que já se foram,
Invadiram a cratera dos mais sigilosos sonhos,
De castanhos, verdes e azuis territórios,
Que se encontram em seus adoráveis olhos.

O Segundo Encantamento



Da infância ele surge
Através da experiência,
Dentro de todos humanos,
Está contido na consciência.

Aprende a usar os sentidos,
A manipular as ideias,
Copia tudo que observa,
Criador de toda guerra.

Do castigo e do prazer,
Nasce sem ninguém querer,
Na mente de uma criança,
O maior inimigo do ser.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Conjure!–Parte 3



Conjure_by_Seany_Mac
Sempre no ano novo o mesmo ritual se repetia. Viajavam pelas quatro direções do reino de Caim selando o “Escudo Branco”. Apesar de denominaram como um reino, há muito não havia um monarca ali. A democracia estabelecera assim que a cidade fora invadida pelos ancestrais dos “Oradores”, os primogênitos da arte de conjurar. Guerreiros que haviam aprendido o poder das palavras.

Diferente dos livros  de história da escola, não foi á força que tal ideologia se instalara. Fora através de seus conhecimentos sobre essa arte desconhecida que os habitantes de Caim passaram a mudar, e com isso afetar o rei. A invasão, supostamente dita, era porque ninguém deveria entrar ou sair dali sem a devida permissão. Assim que os guerreiros mostraram do que o “Dom da Palavra” era capaz, muitos o acolheram. Houve um ou outro que não se absteve com o primeiro ato, mas antes que chegassem ao segundo,  já haviam conquistado a todos com os serviços prestados. Quando revelaram aos cidadãos que todos poderiam aprender os milagres que faziam, a maioria ficou excitada e agitada.
Aos trancos e solavancos, ensinavam tudo que sabiam aos curiosos. Dentro de poucos dias, a cidade toda havia mudado. Aquele cotidiano habitual, de trabalhadores exaustos de tanto trabalhar e desiludidos com a vida, transformara-se  num cenário mágico. Qualquer problema com comida, agua e saúde, eram resolvidos facilmente. A paz e harmonia tomava conta daquela gente que vivia desanimada. E claro, por mais que os soberanos não se importassem com a plebe, uma transformação drásticas daquela era evidentemente notável.

Foi quando o Rei tomou conhecimento do motim.

O Primeiro Encantamento

espermatozoides-2

E dali um raio partiu,
Com objetivo certo e bem definido
Vagou pelas profundezas do abismo,
Tão veloz, pois sua vida estava perigo.

Em questão de segundos morreria,
Ainda sim, a esperança mantinha.

Disputando entre milhares de feixes de luz,
A procura da salvação que os conduz,
A magnifica metamorfose da vida.

A serpente que perfura a esfera,
Dando inicio ao processo químico,
A junção de dois seres distintos,
Em um único, esplendido, veículo.

Multiplicando infinitamente
Mantendo sempre a essência
Formando desde microscopicamente
Os elementos de sua existência.

Mais uma alquimia da natureza
A Mestra de toda essa beleza,
Que faz nascer de dentro da mulher
Um corpo repleto de pureza.

Tornando a mãe,
Uma verdadeira feiticeira,
E seu filho legítimo,
Herdeiro deste título.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Conjure! - Parte 2



- Eu não estou ficando... eu estou louca. - assentiu. Engolindo em seco.

- É mais bonita do que eu pensei. - o gato falou.

- O gato esta falando!, pensou a menina.

Desmaiou.

Era um belo dia de outono, transpirando paz e renovação na floresta de Erwim. As árvores despejavam suas adoráveis folhas velhas ao chão, o vento se encarregava de sopra-las para longe, muito longe. Erguendo o manto de vidas que se extinguem para dar a espaço a nova geração da natureza. Teriam cada folha uma essência própria? E, por mais idênticas que fossem, únicas? Tão macias e generosas, acolhem os pingos da chuva para que não se espatifem no chão. Amortecendo a queda. Deslizando entre dezenas de veias verdes, legítimos colchões florestais. Algumas até repousam no leito da existência, antes de entrarem novamente no círculo infinito.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Conjure! - Parte 1



O celular vibrou produzindo solos de guitarra ferozes e rápidos. Os arpejos bem elaborados, a velocidade com que as notas eram atingidas do agudo ao grave, depois, o acabamento final, voltando até o final do braço pressionando todas as casas entre as três cordas de baixo.
A garota despertou.

Desligou o despertador. Relutando muito, virando de um lado ao outro, feito um gato se esticando depois de uma deliciosa soneca, até sair de sua cama. Ainda sobre o efeito do sono, com a visão um pouco borrada de remela que se acumulara durante a noite, arriscou dar um passo.  Deveria ter notado o estranho peso de seu membro inferior antes de tal façanha. A perna dobrou-se quase levando-a ao chão.

- Ai!

sábado, 6 de outubro de 2012

Espelhos & Reflexos

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Apenas um vidro sem sentido seria,
Um espelho na  crepita escuridão,
A luz da noite e do dia, imagina
É quem da vida a essa mágica imensidão.

O ângulo, a posição e a curva,
Quem diria -- que muda -- a reflexão,
Distorcendo a real imagem da vida,
Mostrando uma mentira exibida.

Se fosse apenas o objeto, este místico.
Mas há também a própria visão,
Que age muito semelhante a isto,
Pois não enxerga na escuridão.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Marcas

Corre, corre. Amarelinha. Café-com-leite.
Não sabe brincar, não brinca. E, assim, me excluía.
Sempre que perdia, ouvia-se risadas.
Triunfante, insolentes, com aqueles vários dentes.
Dentes da tormenta, ferozes, temidos.
Provocando a ira das lágrimas no intimo.
Corria, chorava, resmungava; nada feito.
Era como mamãe sempre dizia:
"- Se chorar é pior. Engole o choro."
Contra isso, ninguém podia discutir.
Logo se ouvia os berros: -Vem pra casa fulana!
- Ta tarde!, é melhor correr! Ou vai levar cinta!
Correr ou não, não fazia diferença.
O castigo era certo, sem reclamação.
A surpresa, a lamúria - choro da desgraça.
Enganada, traída, a arma diferente.
- Toma! Que é pra você aprender!
E o chinelo estralava - mas não era cinta?
A borracha amortecia a pele, melhor do que o couro,
que deixava marcas vermelhas de desgosto.
- E ai de você se chorar! pare de chorar!
"- Segura, segura, segura. Não!" 
E as prisioneiras pulavam o muro de pele, fugiam.
- Tá chorando?! Toma! Que é pra você aprende!
- Engole o choro! Engole o choro!
"- Engole a dor, engole a dor."
Que gosto salgado! A dor tem gosto de sal, sabia?
Semelhante ao mar, só que mais leve.
Dele colocamos no saleiro pra temperar,
tempero a gosto, temperamento azedo.
Mas porque mereço essa desonra?
Alguns minutos de atraso, uma brincadeira, divertimento.
Pago, agora, com este sofrimento. - lá se foi o belo dia.
Lá se foi a doçura, lá se foi a honra,
Lá se foi a coragem, e veio o medo.
Convidado de sempre, de sempre
Da infância, da criança, do adolescente,
Do adulto que virou intolerante, exigente.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Segredo


segredo-seo

Disparava-se, continuamente, pelas vielas do subúrbio. Pedaços de rua que entrecortavam os quarteirões permitindo observar as entranhas de uma cidade decadente. O céu noturno repleto de manchas - sem brilhos, com exceção, apenas, daquele buraco luminoso e vibrante - seguia o rapaz, iluminando seu sobretudo preto. Ele apertava o passo e girava outra esquina. A lua o perdera de foco, nada que em poucos segundos, outra virada para uma rua decente, não resolvesse. Com passos largos, mãos entre os bolsos, o homenzarrão caminhava firmemente pelos caminhos estreitos. O pensamento distante, repetindo-se constantemente em sua cabeça para não ser esquecido; não poderia. Seria uma imprudência tamanha esquecer-se de tais palavras, de tais afirmações…

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